Se você está procurando um filme com bastante mulher empoderada se reunindo contra o patriarcado, A Fonte das Mulheres (La Source des Femmes) é uma ótima recomendação. Dirigido por Radu Mihaileanu, com lançamento em 2011, o filme no trás um grupo de mulheres responsáveis por buscarem água para a família em fonte distante e com um caminho bem atribulado, causando frequentes quedas e consequentemente até abortos.
Cansada de ver essas cenas se repetirem, Leila (Leïla Bekhti) sugere às outras mulheres da aldeia que conversem com seus maridos sobre fazerem esta tarefa, visto a dificuldade e perigo para elas. Como já sabia que a ideia não seria aceita, Leila também propõe que façam então uma greve de sexo até que eles tomem alguma medida.
Nem preciso dizer que as medidas tomam proporções drásticas, dado que os homens se recusam a ceder de seus privilégios, e de aceitar a imposição da greve de sexo. Muitos passam a abusar física e sexualmente de suas esposas, o que acaba gerando ainda mais revolta nelas.
E ao contrário do que pressupunham, as agressões não as calam! Em um exemplo incrível de empoderamento, estas mulheres encontram diversas providências que contornem as respostas violentas de seus companheiros – desde pimenta nos cabelos para afastá-los, até um elaborado plano quando tentam impedi-las de irem a uma celebração.
Apesar de toda essa luta, confesso que o final não foi dos melhores. Por mais que o problema da fonte tenha sido resolvido, vi novamente como uma forma de silenciamento, e não de apoio (e quanto a isso adoraria discutir com vocês após verem). De qualquer forma, o filme continua sendo uma obra interessantíssima sobre mulheres que se empoderam e lutam contra o forte sistema injusto de patriarcado que pairam sobre elas. Leila, para mim, virou mais uma personagem que deve ser consagrada.
