[QUADRINHOS] Como Falar com Garotas em Festas: Por Neil Gaiman, Gabriel Bá e Fábio Moon! (Resenha)

Em “Como Falar com Garotas em Festas”, Enn é um garoto de quinze anos que nunca se dá bem com as garotas, enquanto seu amigo Vic tem todas a seus pés. Na Londres dos anos 1970, auge do punk, os dois estão prestes a viver a aventura mais espetacular de suas vidas. Ao serem convidados para uma festa, conhecem as belas Stella, Wain e Triolet e descobrem mais segredos do que jamais poderiam supor. Do premiado Neil Gaiman, autor de Deuses americanos e Sandman, e adaptado e ilustrado de maneira extraordinária pelos irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon, Como falar com garotas em festas é uma graphic novel eletrizante, uma jornada sobre as descobertas do amor, das diferenças e dos mistérios que cercam o amadurecimento. – Companhia das Letras

Admito que ao ver o título da HQ torci o nariz antes de pegar no livro, mas quando percebi que era uma obra Neil Gaiman com arte de Fábio Moon e Gabriel, o preconceito foi trocado por expectativa. Fanzoca que sou dos três, me atirei na história e engoli até rápido demais, precisando de uma segunda leitura para absorver o quadrinho.

Como é de se esperar, a arte é estonteante, com aquarelas livres e cores fortes que ditam o estado emocional da história. A Londres do anos 70 ganha um clima quente e jovem, com uma retratação bastante ensolarada que foge um pouco do clichê noturno e frio que são normalmente relacionamos à capital britânica.

Tudo se passa ao longo de uma tarde, mas o ritmo visual e textual dão a sensação de um tempo muito mais vago, perfeitamente adequado ao conteúdo da HQ. Para alegria do meu eu ilustrador, foram publicadas no fim do livro diversas artes da construção da história, lindas como todo o resto.

Aí vem o grande problema de ser apaixonada pelos autores: esperar demais da obra. Embora tenha entendido o contexto fantástico da história, que afinal é o que amo de Neil Gaiman, fico um pouco cansada de ver tantas coisas que não saem do senso comum.

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Mulheres esculturais e misteriosas compartilhando sua atenção com o protagonista e seu amigo, os clássicos clichês de garoto tímido e incompreendido e o galã pegador. São representações comuns e até compreensíveis, já que em segundos de observação você já sabe exatamente o que esperar dos personagens, e isso realmente ajuda quando se está contando uma história rápida, mas mesmo assim, um pouco entediante de rever. Isso não torna a Graphic Novel ruim, mas sinto que calejada como estou, não consigo ignorar esses elementos tão batidos.

Como Falar com Garotas em Festas é uma história bem curta e que se desenvolve rapidamente, mas exigindo uma lentidão no olhar para observar os detalhes das artes e dos textos. Ela é belíssima em todos os sentidos, como um grande poema em forma de quadrinhos, o que torna uma pequena obra de arte para se ter na estante. Não acredito que seja uma das melhores histórias de Neil Gaiman ou de Fábio Moon e Gabriel Bá, mas ainda é uma boa aquisição à coleção.