[MÚSICA] Girls Rock Camp Porto Alegre 2018: 5 dias de música e empoderamento feminino!

[MÚSICA] Girls Rock Camp Porto Alegre 2018: 5 dias de música e empoderamento feminino!

O Girls Rock Camp POA 2018 já tem data marcada: do dia 22 à 27 de janeiro jovens de 7 a 17 anos terão a oportunidade de fazer uma imersão em uma acampamento de férias diferente do comum.

A ideia surgiu no Brasil em 2013, tendo como inspiração o Rock ‘n’ Roll Camp for Girl, que acontece em Portland, nos Estados Unidos desde 2001. Depois de ter trabalhado em três edições norte-americanas do evento, Flávia Biggs, diretora do Girls Rock Camp Brasil, reuniu amigas e conhecidas que estavam tendo iniciativas parecidas com as oficinas de guitarra que ela oferecia e, em conjunto, formaram a primeira organização do GRC, que aconteceu em Sorocaba.

A primeira edição em Porto Alegre aconteceu em 2017 e a segunda está sendo organizada. As inscrições para voluntárias e campistas já se encerraram. São 40 vagas para meninas interessadas em participar dessa semana empoderadora. São oferecidas oficinas de stencil e fanzines, aulas de instrumentos musicais e, ao fim de tudo, as bandas formadas pelas campistas fazem um show para mostrar o que aprenderam durante a semana.

Girls Rock

Imagem: aula de bateria no GRC POA 2017. Reprodução.

O Delirium Nerd conversou por e-mail com Leticia Rodrigues, a Lets, uma das organizadoras da segunda edição gaúcha do acampamento. Falamos sobre as expectativas para o próximo GRC POA, sobre a edição passada e mais!

Delirium Nerd: De onde surgiu a ideia de um GRC em Porto Alegre?

Leticia Rodrigues: Todas nós da organização participamos do Girls Rock Camp Brasil em Sorocaba. A Liege inclusive participou da primeira edição em 2013. A Desi e Brunella participaram de várias edições, não me recordo se foi desde a primeira. Em 2016 a Lisi foi pra conhecer e ficou maravilhada. Voltou e disse que tínhamos que fazer em Porto Alegre urgente! Então começamos a agilizar a produção ainda em 2016 e fomos todas como voluntárias em 2017, eu, Zazá, Lisi, Julia, Desi, Brunella, mais a Liege que não foi nesse, mas em muitos outros Camps. Precisou a vivência e união de todas essas minas pra agilizar e juntar mais um bando de mulheres incríveis pra fazer realmente acontecer. E, mais do que isso, somos parte do Girls Rock Camp Brasil e só conseguimos com o exemplo e a participação de muitas mulheres de todo o país envolvidas com o projeto.

DN: Como foi o processo de produção e organização da primeira edição?

LR: Foi um processo bem longo, dois anos de produção direta. Primeiramente, foram vários encontros entre as mulheres artistas, musicistas e interessadas em conhecer e construir o Camp com a gente, para conversas e aproximação. Esses encontros foram oficinas, assembleias e o festival beneficente Vênus em Fúria, onde, além de arrecadar fundos, se criou um espaço para as mulheres musicistas se conhecerem, se apresentarem, trabalharem e até mesmo treinarem para serem equipe técnica como roadies, técnicas de som e produtoras de palco. 

Teve muitas visitas e encontros pra explicar o projeto e convidar a participar, muita campanha pra doação de instrumentos, correria pra buscar e consertar instrumentos, para buscar coisas emprestadas, campanha pra doação de grana pra comprar caixas de som, cabos, encordamentos, correias, palhetas e material escolar pra usar nas oficinas. Enfim, foi um trabalho contínuo o ano todo pra semana do Camp em si acontecer. E mais do que isso, para o espírito de ação, união e protagonismo feminino se estabelecer e se espalhar na cidade!

DN: Como estão os preparativos para a segunda edição? Existe alguma diferença entre elas? Se sim, quais são?

LR: É a mesma correria, foram três Festivais Vênus em Fúria esse ano (e ainda vai ter mais um em São Paulo junto ao selo Hérnia de Discos), campanha pra doação de instrumentos e material relacionado, mais uma vaquinha online que começou há pouco, fora toda a correria por infraestrutura.

DN: Qual a importância de iniciativas como o GRC para o empoderamento de meninas?

LR: O efeito que o Girls Rock Camp tem sobre a autoestima das meninas após a semana de convívio no Camp é a própria concretização do conceito de empoderamento. Salta aos olhos, brilha em cada uma das campistas e também nas voluntárias adultas. E as meninas e mulheres que saem do Camp e levam pra suas vidas e comunidades o que se experiência juntas é revolucionário.

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DN: Houve alguma desconfiança por parte dos responsáveis pelas meninas?

LR: Nenhuma. Poder tocar um instrumento, criar e sentir o encorajamento e orgulho por ser mulher e ser estimulada a buscar espaço igualitário na sociedade é maravilhoso.

DN: Como as meninas participantes veem o GRC?

LR: É uma experiência de um pequeno mundo ideal, onde juntas somos invencíveis, temos apoio mútuo e exemplo em várias áreas da música, arte e atuação feminina. Fora toda a amizade que se faz, a diversão de formar uma banda, compor uma música e ter um dia de rock star no show!

Girls Rock

Imagem: show de encerramento do Girls Rock Camp POA 2017. Reprodução.

Se você quiser colaborar com a próxima edição do GRC POA, as meninas organizaram uma vaquinha online que será finalizada no dia 14 de Janeiro. Se desejar entrar em contato para dar algum apoio ou doação, essa é a página no Facebook do projeto.

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Gaúcha moradora do Recife. Estudante de jornalismo com um pé (ou quase o corpo todo) nas artes. Acha que falar sobre si mesma na terceira pessoa é muito estranho.
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