O X Janela chegou ao seu fim no último domingo (12). A cerimônia de premiação aconteceu na Casa Cultural Villa Ritinha, no bairro da Soledade, em Recife.
O festival X Janela (veja aqui nossa cobertura completa) finaliza sua décima edição após 10 dias de Aulas de Cinema Petrobras, mostras competitivas de curtas e longas-metragens, mostra especial de realizadores negros da L.A. Rebellion, debates e encontros especiais entre realizadores do Brasil e do exterior.
A impressão que fica é a de que o X Janela tem se aberto a debates necessários sobre cinema e sobre quem tem acesso ao cinema, além de propor encontros interessantes. O que chama atenção no festival é que ele vai se construindo e desconstruindo de acordo com o seu público e com os realizadores, enriquecendo ainda mais as conversas.
Veja a seguir a relação dos vencedores do X Janela Internacional de Cinema do Recife:
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
Júri formado pela cineasta alemã radicada na Argentina Nele Wohlatz, pelo crítico e pesquisador Carlos Alberto Matos e pela pesquisadora e cineasta Gabriela Amaral Almeida.
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MELHOR LONGA: Jovem Mulher (França/Bélgica), de Léonor Serraille;
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MELHOR MONTAGEM: Que o Verão Nunca Mais Volte (Alemanha/Geórgia), de Alexandre Koberidze;
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MELHOR SOM: A Fábrica de Nada (Portugal), de Pedro Pinho;
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MELHOR IMAGEM: As Boas Maneiras (Brasil/França), de Juliana Rojas e Marco Dutra;
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MENÇÃO ESPECIAL: Baronesa (Brasil), de Juliana Antunes.
Júri formado por pela diretora Dea Ferraz, pelo realizador e produtor português Miguel Ribeiro (programador do DocLisboa e membro do coletivo artístico Rabbit Hole) e pela diretora e produtora Nathália Tereza.
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MELHOR CURTA INTERNACIONAL: La Bouche (França), de Camilo Restrepo;
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MELHOR IMAGEM: Pussy (Polônia), de Renata Gasiorowsk;
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MELHOR SOM: Impossible figures and other stories II (Polônia), de Marta Pajek;
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MELHOR MONTAGEM: Borderhole (México/Estados Unidos/Colômbia), de Amber Bemak e Nadia Granados.
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTA-METRAGEM NACIONAL:
Júri formado pelo crítico de cinema, professor e jornalista Heitor Augusto, pela professora e curadora Mariana Souto e pela realizadora Milena Times. Após cada vencedor, temos a justificativa do júri publicada em um comunicado.
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MELHOR CURTA NACIONAL: Deus (RS/SP), de Vinícius Silva;
“Por navegar com segurança e sensibilidade entre um retrato duro do cotidiano e a construção de afeto e ternura, por meio de um olhar que não hierarquiza ambas as instâncias; pela habilidade de encenar a intimidade (entre mãe e filho, protagonistas negros, algo ainda urgente no cinema brasileiro) e pela atenção à geografia de um bairro e de uma casa; por evitar cair tanto num miserabilismo social voyeurista quanto num lúdico esvaziado e domesticado, o prêmio de Melhor Filme vai para “Deus”, de Vinícius Silva.”
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MELHOR IMAGEM: Travessia (BA), de Safira Moreira;
“Pela natureza metalinguística de seu gesto – um conjunto de imagens sobre as imagens que faltam das populações negras -, pela sensibilidade em apontar a ausência, mas oferecer também uma janela para a cura, partindo da não-agência para a postura propositiva, o júri concede o prêmio de Melhor Imagem para “Travessia”, de Safira Moreira.”
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MELHOR MONTAGEM: Pele Suja, minha Carne (RJ), de Bruno Ribeiro;
“Pela capacidade de organizar uma experiência sucinta e ao mesmo tempo poderosa, construindo uma narrativa com blocos espelhados, mas com sentidos e informações distintos em cada momento do personagem, o prêmio de Melhor Montagem vai para Bruno Ribeiro e Gabriela Coelho, por “Pele Suja, Minha Carne”.”
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MELHOR SOM: Nada (MG), de Gabriel Martins
“Pela qualidade e atenção ao utilizar o som como componente narrativo desde o primeiro plano, incorporando os sons da cidade e da multidão como campo opositivo à protagonista, pela experimentação com as possibilidades sonoras do humor e pela expressiva trilha musical, o prêmio de Melhor Som vai para o curta-metragem “Nada”.”
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MENÇÃO HONROSA/ ESPECIAL DO JÚRI: Nada (MG), de Gabriel Martins;
“Pelo olhar curioso e nuançado de uma adolescente negra niilista, complexificando o significado de suas escolhas no contexto familiar e social; pelo casamento afinado entre os diferentes recursos de linguagem na construção de um filme, especialmente pelo domínio dos componentes dramatúrgicos e cênicos da tessitura de uma narrativa ficcional, concedemos uma menção honrosa ao curta-metragem “Nada”, de Gabriel Martins.”
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MENÇÃO HONROSA (Pelo fim da Cordialidade): Experimentando o Vermelho em Dilúvio II (RJ), de Michelle Mattiuzzi.
“Por nos relembrar que o cinema pode muito, inclusive estabelecer uma relação de frontalidade com a história e com o presente; pela coragem da artista de colocar seu corpo à disposição de uma experiência dolorida que conjuga a dor da Máscara de Flandres com a possibilidade de uma existência política no presente, o júri decidiu conceder uma Menção Honrosa, que intitulamos Pelo Fim da Cordialidade, para “Experimentando o Vermelho em Dilúvio II”, de Musa Michelle Mattiuzi.”
PRÊMIO JANELA CRÍTICA:
Júri formado por dez jovens críticos selecionados para acompanhar o X Janela integralmente e escrever críticas sobre o que desejassem.
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MELHOR CURTA NACIONAL: Travessia (BA), de Safira Moreira;
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MELHOR CURTA INTERNACIONAL: La Bouche (França), de Camilo Restrepo;
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MELHOR LONGA: Era Uma Vez Brasília (DF), de Adirley Queirós;
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MENÇÃO HONROSA: Pele Suja, minha Carne (RJ), de Bruno Ribeiro.
PRÊMIO ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco – ABD/PE):
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Deus (RS/SP), de Vinícius Silva;
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MENÇÃO HONROSA: Travessia (BA), de Safira Moreira
PRÊMIO OFERECIDO PELO PORTOMÍDIA:
120h de estúdio para finalização de imagem e/ou som concedido para o melhor filme pernambucano do festival.
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O Olho e o Espírito (PE), de Amanda Beça.
PRÊMIO CANAL BRASIL:
Recebe 15 mil reais e entra para a grade de programação da emissora.
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Experimentando o Vermelho em Dilúvio II (RJ), de Michelle Mattiuzzi.
PRÊMIO FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes):
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MELHOR FILME PARA REFLEXÃO: Deus (RS/SP), de Vinícius Silva;
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MENÇÃO HONROSA: Experimentando o Vermelho em Dilúvio II (RJ), de Michelle Mattiuzzi
PRÊMIO JÚRI ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema):
Júri formado pela professora e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ângela Prysthon, pelo jornalista Breno Pessoa, pelo crítico do site Adoro Cinema Bruno Carmelo, pela pesquisadora e crítica Carol Almeida e pelo crítico e curador Pedro Azevedo.
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Que o Verão Nunca Mais Volte (Alemanha/Geórgia), de Alexandre Koberidze.
PRÊMIO JOÃO SAMPAIO PARA FILMES FINÍSSIMOS QUE CELEBRAM A VIDA:
Instituído pelo Janela em 2014, em homenagem ao amigo e crítico baiano falecido no mesmo ano.
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66 Cinemas (Alemanha), de Philipp Hartmann