O Mundo Sombrio de Sabrina estreia dia 26 de outubro no serviço de streaming Netflix, mas a Delirium Nerd conseguiu acesso adiantado aos 8 primeiros episódios e traz, pra vocês, as impressões da série sem spoiler.
Sabrina (Kiernan Shipka) é uma meia-bruxa adolescente que vive em uma cidadezinha com suas tias, a meiga Hilda (Lucy Davis) e a dura Zelda (Miranda Otto), seu primo Ambrose (Chance Perdomo) e seu gatinho Salem. Frequenta uma escola humana, namora um rapaz chamado Harvey Kinkle (Ross Lynch), e suas duas melhores amigas são Rosalind (Jaz Sinclair) e Susie (Lachlan Watson). Porém, conforme o aniversário de Sabrina de 16 anos se aproxima, ela precisa fazer uma escolha que pode transformar sua vida em uma completa loucura.
Sabrina é tudo aquilo que estávamos esperando pelos trailers e até um pouco mais! A série combina o clima sombrio e os problemas adolescentes em conjunto com as intrigas típicas de uma obra da atual Archie Comics, dá um toque adicional interessante, que te prende e faz você querer viver entre aqueles personagens.
Algumas das possibilidades que foram apresentadas no texto “O que podemos esperar de O Mundo Sombrio de Sabrina” se mostraram erradas e algumas corretas. A série não se passa em 1960, como nos quadrinhos, pois existe interação com tecnologias modernas (como notebooks e celulares). Porém, o relacionamento de Sabrina e Harvey Kinkle permanecem, bem como o que já sabíamos: a grande vilã da temporada é Michelle Gomez, no papel de Madame Satã, mas mesmo nisso podemos esperar grandes surpresas. E, claro, podem aguardar surpresas vindas do Salem também, nosso gato preferido!
Talvez uma das partes mais importantes dessa temporada é algo Roberto-Aguirre Sacasa vem trabalhando desde a primeira temporada de Riverdale: a união feminina como forma de combater os abusos sofridos na escola. Ambas as séries utilizam o colégio como um dos cenários importantes para o desenrolar da trama, bem como as duas séries abordam os abusos constantes que ocorrem nesses ambientes.
Bullying, caras dos times de futebol da escola que pensam que podem se aproveitar das garotas, entre tantas outras situações que estamos acostumadas a ver em filmes e séries adolescentes. A diferença é que tanto em Riverdale quanto em O Mundo Sombrio de Sabrina são as garotas que tomam as rédeas da situação até que os culpados sejam punidos, de uma forma ou de outra. Se em Riverdale as garotas se unem para tentar uma vingança mais direta, em Sabrina nós temos a criação de um grupo para discussão de textos e ideias feministas.
A representação feminina e a diversidade é outro ponto alto e importante da série até o momento: Temos professores, alunos e outros personagens não brancos, com outras relações além das heteronormativas. As garotas e mulheres da série têm personalidades interessantes e diversas, criando identificação em diversos momentos com várias delas. Porém, algumas inimizades femininas parecem desnecessárias, em que alguma outra escolha de roteiro poderia ter sido utilizada ao invés de simplesmente criar um conflito entre as garotas.
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Uma das intrigas mais interessantes de acompanhar, talvez seja entre as tias de Sabrina, Zelda e Hilda. Se na série dos anos 1990 as duas se desentendiam e tinham personalidades bastante diferentes, agora as duas se desentendem ainda mais e suas personalidades afetam a forma como se relacionam entre si e com a própria Sabrina. Hilda (Lucy Davis) tem uma intenção diferente da irmã Zelda (Miranda Otto), da forma que ambas conduzem a funerária, dos compromissos e responsabilidades da sobrinha, e as duas têm visões completamente diferentes sobre o caminho de ser bruxa.
Um personagem interessantíssimo que não existia na série anterior, mas que existia nos quadrinhos após a reformulação da Archie Comics, é Ambrose, primo de Sabrina. Ambrose é um bruxo inteligente, charmoso, cuida da funerária de suas tias e é muito esperto quando algo parece errado aos seus olhos.
O Mundo Sombrio de Sabrina é uma agradável surpresa para os antigos e novos fãs da bruxinha. Apesar de ser totalmente diferente do que conhecíamos, alguns pequenos elementos e detalhes nos fazem lembrar daqueles episódios que tanto gostávamos. Mas acima da nostalgia, é uma série muito bem produzida e uma adaptação cuidadosa dos quadrinhos, com situações que são diferentes, mas que entregam o mesmo recado. É realmente mais sombria, com temas mais pesados e complicados do que aqueles vistos nos anos 1990.
Sabrina é uma série incrível, uma ótima adaptação e um programa maravilhoso para esse finalzinho de outubro!
https://www.youtube.com/watch?v=c1N3tpnmy-c
