Vitória, a Rainha: a biografia da jovem rainha que comandou a Inglaterra

Vitória, a Rainha: a biografia da jovem rainha que comandou a Inglaterra

Em 24 de maio de 1819, ainda longe da possibilidade de ser rainha, nascia Vitória. De acordo com a escritora Julia Baird, que escreveu a biografia da Rainha publicada pelo selo Objetiva, da Companhia das Letras, “Vitória era uma menina insolente e de pavio curto”.

Intitulada “Vitória, a Rainha”, traduzido para o português por Denise Bottmann, a biografia da Rainha Vitória é um livro denso e cheio de informações, cobrindo nos mínimos detalhes a vida de Vitória, de sua família, do contexto em que estava inserida e como acabou se tornando uma jovem rainha no maior império do século XIX: o Império Britânico.

“Oscar Wilde achava que as três grandes personalidades do século XIX eram Napoleão Bonaparte, Victor Hugo e a Rainha Vitória”.

Filha de Príncipe Edward (1767-1820), que se tornou Duque de Kent, quarto filho do Rei Jorge III e Marie Louise Victoire (1786-1861), Duquesa de Kent, Vitória de tornou rainha em uma cerimônia realizada no dia 20 de junho de 1837, alguns meses depois de completar os 18 anos. Era uma garota pequena, cujos pés não tocavam o chão ao se sentar no trono, mas que havia se preparado para aquele momento. Todo o nervosismo dos anos anteriores, o medo de se tornar rainha, havia sido posto de lado pela maior vontade da jovem Vitória, que era trabalhar e conseguir sua independência, como conta a autora durante a introdução do livro.

Vitória
Imagem: arquivo pessoal

Ao contrário de vários casamentos do período e do que muitos pensam ser a única forma de relacionamento da monarquia, Vitória era apaixonada por seu marido, Albert de Saxe-Coburgo-Gota (1819-1861). Tiveram nove filhos e 42 netos, e mesmo muito tempo depois de sua morte, continuou erguendo monumentos em sua homenagem.

“Quando Albert voltou, após duas semanas de ausência, Vitória, ao ouvir o som de sua carruagem, desceu as escadas correndo. Estava tão entusiasmada que passou grande daquela noite acordada ao seu lado, observando-lhe o sono, ‘vibrando de alegria e gratidão’.” (p. 198)

Muitos não queriam e não acreditavam que Vitória poderia ser rainha. No entanto, até 1901, a monarca era a que mais tinha tempo de governo no Império Britânico. Em suas correspondências, que chegavam ao público, muito do que Vitória era esteve censurado em suas cartas. Quaisquer discussões que tinha com seu marido, por exemplo, ou que demonstravam que a rainha era pouco feminina foram retirados das cartas que chegavam ao público, como afirma a autora.

Vitória era uma mulher dura. Tomava suas decisões, mesmo que muitos afirmassem que havia deixado o reino todo nas mãos de seu marido. Porém, Vitória reinou por muitos anos, no mínimo 39 deles sozinha. Retirar dela essa imagem de uma mulher que consegue lidar com problemas e com o governo de um reino, sempre delegando para outros suas conquistas e suas baixas, parece muito injusto. 

Vitória faleceu em 22 de janeiro de 1901. Foi um período de comoção na grande capital Inglesa, onde muitos acompanharam em luto o declínio de saúde e a morte da grande rainha. Baird escreve que, em 1º de fevereiro, “pairava um lúgubre e profundo silêncio em Londres” (p. 414).

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O livro tem seus vários capítulos e 552 páginas em cinco partes: A princesa Vitória: “Pobrezinha da Victory”; A Rainha adolescente; Albert: O homem que alguns chamavam de rei; A viúva de Windsor; e Regina Imperatrix. Além disso, o livro ainda contém uma lista de personagens da vida de Vitória, muitos mapas, árvore genealógica da rainha, uma introdução feita por Baird em outubro de 2015, notas, referências bibliográficas e algumas pinturas da Família Real.

Vitória

Vitória
Imagens: arquivo pessoal

O livro é uma excelente escolha caso você se interesse pela vida de mulheres poderosas, que foram contra várias convenções sociais para que pudessem fazer o que tinha que ser feito. Vitória pode ter tido altos e baixos em seu governo, mas superou a expectativa de todos ao se manter no governo, firme e dura, mesmo quando tantas tragédias, como a morte de seu esposo, aconteceram em sua vida.

Não é, de forma alguma, um livro fácil, mas é um livro cheio de histórias maravilhosas sobre uma mulher incrível em seu período e que ainda hoje inspira e emociona com sua força e seu domínio do poder.


Edição realizada por Gabriela Prado e revisão por Isabelle Simões.

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Formada em História, escreve e pesquisa sobre terror. Tem um afeto especial por filmes dos anos 1980, vampiros do século XIX e ler tomando um café quentinho.
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