American Gods – 02×08: Moon Shadow (resenha)

American Gods – 02×08: Moon Shadow (resenha)

A season finale de American Gods reuniu uma prévia de todo o poder que os novos deuses estão dispostos a mostrar em guerra, revelações surpreendentes e reviravoltas na trama, envoltos por um único sentimento: o medo.

[CONTÉM SPOILERS DE MOON SHADOW]

O episódio começa revisitando um evento ocorrido nos Estados Unidos, em 30 de outubro de 1938, quando uma rádio transmitiu a narração do livro Guerra dos Mundos, de Orson Welles, e gerou pânico entre os ouvintes por ser muito real. Acompanhando uma família e o nascer da angústia por acreditarem que o local estava mesmo sob ataque alienígena, Mr. World (Crispin Glover) discursa acerca do medo que, assim como tantos outros sentimentos, é uma forma de cultuar e criar conexões entre o mundano o extraterreno, bem como fazer surgir convenções nunca antes vistas (como é o caso da crença em extraterrestres). O personagem encarna um narrador onipresente, no estilo The Twilight Zone, e mostra nas entrelinhas o poder que a Mídia possui desde os primórdios de sua existência (fato mencionado pela Mídia da primeira temporada, interpretada por Gillian Anderson).

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A Nova Mídia. Imagem: American Gods/reprodução.

Após isto, visitamos Shadow (Ricky Whittle) e Laura (Emily Browning) que conversam na funerária; é lá que um grande pânico se estabelece: Shadow e Salim (Omid Abtahi) descobrem que os canais de televisão, sob o comando dos novos deuses, estão anunciando que Shadow e Mr. Wednesday (Ian McShane) estão sendo procurados pela polícia acusados de uma série de assaltos a um banco e, Salim, por roubar um táxi em Nova Iorque. Os dois se desesperam ainda mais ao perceberem que a casa, aos poucos, está sendo cercada pela polícia. Salim foge com o Jinn (Mousa Kraish) e, antes, os dois conversam sobre a interdependência que possuem um com o outro, conversa que havia ficado pendente desde o episódio em que se encontram na primeira temporada de “American Gods”.

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Shadow criança retirando os policiais do cerco à funerária. Imagem: American Gods/reprodução.
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Shadow, então, visita o cômodo em que a árvore Ygdrasil está crescendo. A árvore o suga para dentro e Shadow começa a ter visões de sua infância e adolescência com a mãe (Olunike Adeliyi), antes dela morrer. Neste momento, ele resgata passagens em que os dois conversaram sobre o pai dele, uma figura misteriosa que, segundo a mãe, não podia ser encontrada. Shadow une o quebra-cabeças que fora sua vida até então e, em um momento muito comovente, descobre que Mr. Wednesday é seu pai, algo que ficara subentendido em episódios anteriores de “American Gods”. Ele consegue abrir uma Bifrost, a ponte que ligava Asgard ao mundo real, e ao ver-se criança, brincando com uma réplica em miniatura da funerária e dos policiais que lá estavam, tira de cena cada um deles e, no mundo real, os mesmos também somem. A força de Shadow e o poder de conjurar elementos mágicos e manipulá-los fica como um gancho para a próxima temporada.

É interessante notar que, finalmente, o personagem, que tanto buscou entender-se e cresceu desde a primeira temporada, conseguiu respostas para o que vinha perguntando desde sempre: quem era ele e qual o seu propósito em meio àquela confusão de deuses? Por mais que não sejam as respostas que buscava, na cena final, em que está em um ônibus com mais homens negros, Shadow mostra, através de um cartão de identidade, que a partir daquele momento é Michael Ainsel – ou, talvez, sempre tenha sido, mas apenas agora esteja preparado para assumir sua real personalidade.

O episódio ainda conta com um upgrade do Technical Boy que, através de seu criador (Andrew Koji), assume uma versão atualizada e mais forte. 

A próxima temporada de “American Gods”, ainda sem data definida, promete ainda mais momentos incríveis, afinal, a guerra entre novos e velhos deuses acabou de começar.


Edição realizada por Isabelle Simões.

Escrito por:

117 Textos

Formada em Letras, pós-graduada em Produção Editorial, tradutora, revisora textual e fã incondicional de Neil Gaiman – e, parafraseando o que o próprio autor escreveu em O Oceano no Fim do Caminho, “vive nos livros mais do que em qualquer outro lugar”.
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