MIB: Homens de Preto – Internacional: razoável diversão passageira

MIB: Homens de Preto – Internacional: razoável diversão passageira

Seguindo a onda de ressuscitações de franquias antigas, “MIB: Homens de Preto” está de volta, agora em sua quarta versão, trazendo a carismática dupla de atores Chris Hemsworth e Tessa Thompson, que já provaram ter bastante química em cena desde “Thor: Ragnarok”.

Molly (Thompson) salva um alien quando criança e vê os agentes do MIB apagarem a memória de seus pais. Desde então, mantém uma obsessão em se juntar à organização, coisa que acaba conseguindo após se tornar adulta. Rebatizada de “Agente M”, ela é então mandada para sua primeira missão em Londres, onde encontra o agente H (Hemsworth), e os dois acabam trabalhando juntos para proteger uma arma poderosa da mão de aliens mal intencionados. 

MIB: Homens de Preto
Chris Hemsworth e Tessa Thompson em “MIB: Homens de Preto – Internacional”. Imagem: reprodução

“MIB: Homens de Preto” cumpre o que é esperado dos blockbusters do seu tipo. Traz bastante humor, com piadas que funcionam devido ao carisma da dupla principal e do coadjuvante Pawny (Kumail Nanjiani), um pequeno alien sarcástico, encarregado de quebrar os momentos melosos com comentários afiados, algo que funciona muito bem. Mas nem tudo é uma maravilha, principalmente as dezenas de piadas sobre como Hemsworth é bonito, algo que anda se repetindo em vários de seus filmes ultimamente, e se torna cansativo. 

MIB: Homens de Preto
O alien Pawny em “MIB: Homens de Preto – Internacional”. Imagem: reprodução
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O ritmo da trama é bastante agradável no início e o filme consegue estabelecer um bom desenvolvimento na sua primeira metade, tanto na caracterização dos personagens, quanto na no desenrolar do enredo. H é um playboy festeiro e arrogante, embora seja considerado um bom agente. Ele é interpretado com a mesma vibe cômica que Hemsworth usou nos últimos filmes dos “Vingadores” e em “Thor: Ragnarok“, parecendo por vezes uma repetição do personagem. M é mais centrada e ambiciosa, e a boa atuação de Tessa Thompson ajuda bastante a personagem, que tem mais chance de brilhar no começo do filme, onde suas motivações são reveladas.

É uma pena que “MIB: Homens de Preto” acabe falhando nas duas últimas cenas de ação, que são pouco inspiradas e desinteressantes. A falta de um vilão claro atrapalha o sentido da missão dos protagonistas, já que eles acabam lutando contra vários personagens que vão aparecendo aleatoriamente ao longo da jornada. À medida que a ação e o humor vão piorando perto do final, também se esvai o interesse da plateia. A sensação que fica é que nem precisamos ser “neutralizados”, como os agentes do MIB fazem frequentemente com os transeuntes, para esquecer desse filme após algumas horas. 

MIB: Homens de Preto
Cena de “MIB: Homens de Preto – Internacional”. Imagem: reprodução

Talvez o que “MIB: Homens de Preto – Internacional” traga de melhor seja a adição de uma mulher à dupla de agentes, como co-protagonista. E o filme reconhece abertamente certos aspectos de desigualdade de gênero de forma orgânica à trama, como quando a Agente M é recrutada e questiona porque ainda usam o termo “Homens” de Preto, já que a agência tem muitas mulheres agora. As outras duas figuras femininas aparecem apenas brevemente, com Emma Thompson no papel de uma das chefes da agência, e Rebecca Ferguson como uma alien vilã. 

De qualquer forma, “MIB: Homens de Preto – Internacional” serve como um passatempo aceitável. É uma pena que Tessa Thompson e Chris Hemsworth não tenham recebido um filme melhor para estrelar. 

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Cineasta, musicista e apaixonada por astronomia. Formada em Audiovisual, faz de tudo um pouco no cinema, mas sua paixão é direção de atores.
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