Entre drinks e exageros: como a cultura pop pode influenciar nosso interesse

Entre drinks e exageros: como a cultura pop pode influenciar nosso interesse

Você já parou pra pensar na quantidade de drinks e bebidas alcoólicas que as nossas personagens favoritas das séries de TV consomem? E como a cultura pop pode influenciar o nosso comportamento e interesse? Por exemplo, quem nunca teve vontade de pedir o drink queridinho da Carrie Bradshaw, o famoso Cosmopolitan, após assistir a série “Sex and the City“? A citação “I’d like a cheeseburgerlarge fries and a Cosmopolitan? foi eternizada na cultura pop por tal personagem.

cosmopolitan
Carrie Bradshaw em “Sex and the City” (Gif: reprodução)

Entretanto, talvez não paramos para refletir a respeito do consumo de bebidas retratado em séries de TV. Algumas obras tendem a naturalizar comportamentos nocivos através do exagero do consumo. Alguém se lembra, por exemplo, de quantos drinks a personagem Leslie Knope, da série “Parks and Recreation“, consumiu apenas na primeira temporada do programa? Não, certo?

Contudo, uma pesquisa realizada recentemente pelo time do blog Betway Insider, se preocupou em apresentar a estatística de tal questionamento, elencando a faixa etária de alguns personagens de séries de TV que consomem drinks, assim como os diferentes tipos e marcas de bebidas, e a quantidade consumida por tais personagens nas primeiras temporadas dos programas.

Durante tal pesquisa, divulgada pelo site de apostas online Betway Cassino, foi revelado que a Leslie Knope está em primeiro lugar na lista de personagens que mais exageram na bebida. Ela consumiu 78 drinks apenas na primeira temporada de “Parks Recreation“, ou seja, ela teria que consumir mais de 20 drinks por episódio para corresponder ao total revelado. Esse exagero passa uma mensagem nociva e desonesta para o público, uma vez que a narrativa e vida de Leslie não sofre nenhuma interferência negativa por tal consumo desenfreado.

Leslie Knope em "Parks and Recreation"
Leslie Knope em “Parks and Recreation” (Gif: reprodução)

Assim, como Leslie, o enigmático Don Draper, da série “Mad Men“, também apresentou um comportamento exagerado, consumindo cerca de 48 drinks apenas na primeira temporada da série. Mas, veja bem, o problema não é retratar uma reunião entre amigos, familiares ou casais, ou apenas um personagem que quer curtir um sábado à noite apreciando sua bebida favorita. O problema, na verdade, está em como este exagero é retratado, não de uma forma crítica – mostrando os reais problemas deste consumo através da narrativa do personagem – e sim através da naturalização irresponsável de tal comportamento.

Don Draper em "Mad Men"
Don Draper em “Mad Men”. Imagem: reprodução

Assim como estamos expostas a diversas mensagens negativas propagadas pela cultura pop, como, por exemplo, obras que insistem em romantizar relações abusivas entre personagens, ou através de estereótipos ditos “femininos” e limitantes para as mulheres – a retratação do consumo pode, inclusive, estar disfarçada de alívio cômico para “suavizar” tal comportamento.

Uma vez que seis de cada dez programas de televisão, há exibição de álcool e 35,9% dos programas examinados, o álcool é pelo menos um tópico de conversa, como foi divulgado no estudo da Universidade de Würzburg em 2018, é hora de observarmos tais comportamentos nas obras ficcionais e refletirmos no impacto negativo que uma simples e “ingênua” série de TV pode transmitir para o público.

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